Tomas Hardy, um romancista do século XIX, escreve sobre o tempo e modificações da Revolução Industrial.
Jude, seu personagem principal em Jude - The obscure - é um menino que mora no campo e sonha em ir para a cidade Christminster, pois sabe que lá encontrará a universidade e, consequentemente, um mundo de luz e conhecimento melhor que o mundo que vive. Não é o que acontece, porém. (Fica a sugestão do livro, ou do filme).
Raymond Williams em "O Campo e a Cidade - Na História e na Literatura" trabalha em sua obra essas ideias e ideais que a Literatura traz sobre o campo e da cidade com a chegada da industrialização na Inglaterra.
Ele trata do século XIX, no entanto, o sentimento de que Raymond Williams trata dos dias atuais é presente em vários momentos em seu texto.
As idéias, os valores, os métodos instruídos, naturalmente, podem ser adquiridos se conseguimos chegar a um lugar como Christminster - se, ao contrário do que aconteceu com Jude, somos admitidos ali. Mas, juntamente com a oferta, vez após vez surge uma outra idéia: a idéia de que o mundo do trabalho comum e das famílias comuns é inferior, distante; de que, agora que conhecemos esse mundo de saber, não podemos sentir respeito - nem, naturalmente afeto - por aquele outro mundo, que ainda nos é tão familiar. Se ainda conservamos por ele algum afeto, o mundo de Christminster tem um nome para designá-lo: nostalgia. Se conservamos algum respeito, Christminster também nos dá um nome: política, ou, pior ainda, "sociologia".
Raymond Williams, página 271
Pense.